Bruna Lombardi – Foto: Divulgação

Aos 70 anos, Bruna Lombardi se prepara para lançar dois livros enquanto se dedica à sua plataforma de bem-estar e autoconhecimento. Bazaar passou 24 horas com a roteirista, produtora, escritora e apresentadora. Veja abaixo como é sua rotina:

Minha vida é uma coisa engraçada. Tento o máximo que posso fazer algumas rotinas, mas é mais caótico do que rotineiro, porque pinta muita coisa no caminho. Acordo às 6h30, lavo o rosto, passo tônico e creme hidratante. Sou muito de hidratar a pele com cremes e óleos. Faço meditação todas as manhãs, que já dá uma alinhada e te coloca ligado. Assim como espreguiçar. O Riccelli (Carlos Alberto, marido) me traz chá, conversamos um pouco. Esse é o nosso acordar para a vida onde quer que esteja.

7h

Todos os dias, vou para a aula de pilates, ioga, musculação ou saio para caminhar. Não sou rígida, tenho muita flexibilidade para fazer as coisas conforme vão acontecendo. Adaptabilidade é a maior qualidade nos tempos modernos. Apesar da minha vida ser caótica, mantenho uma calma dentro desse caos.

8h30

Faço uma refeição serena, fruta é essencial. No dia a dia, como granola, ovos, toast de abacate. Não como carne (vermelha), sigo uma dieta vegana, com exceção de peixes e ovos. Tomo leite de vegetais. Moro no mesmo lugar há muitos anos, em São Paulo. É uma vibe deliciosa, com muita planta no jardim, árvores de fruta – caqui, amora e uva. Adoro quebrar a rotina para fazer um arranjo de flores (ikebana) ou brincar com meus bichos. Sempre tive muitos. Em casa tem cachorro, sete gatos… Não posso ver um bicho abandonado, que quero pegar. Se não levar para casa, vou achar uma casa para ele. Sou muito apaixonada por animais.

10h

Sempre começo com o trabalho de escritório e gestão. Com minha equipe, bolo conteúdos, faço reuniões. Na Rede Felicidade (comunidade interativa que desenvolve e compartilha conteúdos e experiências de bem-estar e autoconhecimento), há uma série de requisições. Com a era digital, o volume aumentou demais. Sempre me dei muito bem com a vida online, porque organizou a minha existência. Muitas vezes, preparo conteúdos com antecedência para poder viajar – como no mês passado, quando estive de férias em Los Angeles. Gosto de vivenciar aquele momento. Separo um pouco as coisas. A minha vida privada é bastante discreta. Hoje, quando se fala da realidade, falamos de uma fração porque as redes sociais fizeram um simulacro da vida perfeita. Os caminhos que levam à aparência, que colocam a sua felicidade em um lugar onde ela não está, geram todos os males do nosso tempo, como ansiedade, depressão e outros transtornos de saúde mental – temas abordados, hoje, na Rede. Não existe maior sofisticação do que a simplicidade, como diz aquela frase de Leonardo da Vinci.

15h

Variante impossível de cravar, mas nunca almoço muito cedo. É muito engraçado porque é meio espontâneo. De repente, a gente vai fazer comida e cada um começa a fazer um preparo sem comunicar o outro e os pratos se complementam. O Riccelli faz uma batata no forno, o Kim Riccelli (filho) – quando está em casa – resolve fazer um molho especial para acompanhar uma massa, eu preparo legumes. Adoro saladas, misturas de molhos e entradinhas.

17h

Nunca fiz terapia na vida. Sou amiga de terapeutas, inclusive, como eu estudo bastante, tenho feito palestras sobre saúde mental, é como se eu tivesse descoberto toda essa amálgama da vida. Sou autodidata, estudo muito. Aliás, sou uma estudante. Tem um período do dia que que tiro para estudar, pesquisar, escrever. Sou super metódica e organizada. Nos últimos anos, roteirizei quatro longas e duas temporadas da série “Vida Secreta dos Casais” (HBO Max). Terminei de escrever a terceira, mas, provavelmente, não vão mais produzir essa série (devido à fusão com a Discovery), pois suspenderam todas as produções. No momento, estou preparando dois livros muito pessoais e acabei de preparar um curso sobre beleza holística, que demandou muita preparação – com mais de 60 aulas. É muita pesquisa! Como escrevo sozinha, tem dias que fico 10 horas em frente ao computador. Vivo exausta (risos), mas é um grau que nem percebo mais. Um dia não é igual ao outro! Sou muito dedicada àquilo que estou fazendo. Não há dinheiro no mundo que me faça fazer uma coisa da qual não gosto ou não acredito. Deixei de ganhar fortunas, mas investi na minha saúde mental, sou coerente comigo mesma.

20h

Eu e o Ri temos uma forte dedicação à vida cultural. Vamos ao cinema, teatro, show ou lançamento de livro. Em viagem, frequentamos museus e exposições. Em casa, somos maratonistas: assistimos a séries e filmes todas as noites. Recentemente, vimos “Sandman” e “Ozark” (Netflix), “Foundation” (Apple TV +), “Gentleman Jack” e “Succession” (HBO Max). Desde que nos conhecemos, há mais de 40 anos, gostamos das mesmas coisas, temos interesses e diálogo parecidos. Ele gosta mais de basquete, eu de moda. O segredo é passar as turbulências. Uma relação é construída se você tem um terreno fértil. Não adianta, também, construir em um pântano. É melhor ficar de fora! (gargalha).

22h

Não sou seguidora de nenhuma religião. Tenho proximidade com padres da Igreja Católica, monges, amigos de várias seitas e tendências, mas não sigo nenhuma. Mas sou uma pessoa de grande religiosidade. Para mim, ela está ligada aos filósofos, à vida, à natureza e à força de cada elemento – essa comunhão que eu busco entre tudo. Acredito que a passagem pela vida é um caminho de plenitude. Tem uma frase que diz que não se pode envelhecer sem antes ficar sábio, pois a busca da sabedoria é uma procura da humanidade. Não só humanidade no sentido coletivo, mas no sentido de como se tornar mais humano.

00h

Antes de deitar, coloco óleo essencial na cama, no travesseiro. Tudo meu tem bons fluidos de aromaterapia. Tenho qualidade de sono, o pouco equivale a muito.

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